Uma das características que diversos autores que estudam a Psicopatia defendem é a precocidade da manifestação dos comportamentos desviantes, apesar de ser apenas possível efetuar um diagnóstico formal da patologia depois da maioridade.
Considerando que a personalidade é relativamente estável ao longo da vida, Blair, Colledge, Murray e Mitchell (2001) consideraram pertinente estudar a sensibilidade a estímulos visuais emotivos em crianças do sexo masculino, que foram sinalizadas como crianças problemáticas comportamental ou emocionalmente, em contexto escolar.
Os autores avaliaram a sua sensibilidade a estímulos visuais correspondentes às seis emoções básicas, a tristeza, o medo, a felicidade, a surpresa, o nojo e a raiva e verificaram se os avaliados, enquanto crianças, demonstrariam a mesma insensibilidade, encontrada nos adultos com Psicopatia, no reconhecimento de expressões faciais de medo e de tristeza.
Concluíram que as crianças que demonstraram ter tendências psicopáticas, apresentaram também défices significativos no reconhecimento das emoções e nos seus limites de sensibilidade, quando comparados com o grupo de controlo. A maior parte dos erros decorreram da identificação de expressões de medo e de uma fraca sensibilidade às de tristeza, tal como em adultos com Psicopatia.