Na literatura os termos Psicopatia e Sociopatia são frequentemente usados em alternância, apesar de haver uma predominância do primeiro. Hare e Babiak (2006) reconhecem diferenças claras entre os dois constructos referindo que a Psicopatia é aquele que pode ser aferido pela PCL-R (Hare, 2003) e que remete para sujeitos sem empatia, moralidade reduzida entre outras características, por outro lado, a Sociopatia remete para padrões de comportamento e atitudes consideradas antissociais ou criminais pelas regras sociais vigentes.
Um sociopata pode ter um bom nível de consciência dos seus atos e capacidade para estabelecer relações empáticas, sentir culpa e ser leal nas suas relações, no entanto o seu sentido do que está certo ou errado centra-se nas expectativas e nas normas da subcultura ou grupo onde está inserido (Babiak & Hare, 2006; Pemment, 2013).
Relembro que, a Psicopatia é uma perturbação de carácter duradouro, caracterizada por um padrão persistente de comportamento antissocial e criminal e por estilos de personalidade onde prevalecem características como a ausência de consciência, de empatia e de culpa, bem como uma incapacidade para estabelecer relações de lealdade para com outros.
A Perturbação da Personalidade Antissocial (PPAS) é uma categoria de diagnóstico presente no Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais - DSM-IV-TR (APA, 2006), onde o comportamento antissocial e criminal têm um papel preponderante, assemelhando-se mais à sociopatia do que à psicopatia (Babiak & Hare, 2006).
Outras pesquisas já efectuadas demonstram que a psicopatia e a PPAS são, de um ponto de vista empírico, conceitos distintos. Os critérios de diagnóstico da PPAS apresentados no DSM-V (APA, 2013) estão fortemente associados à vertente comportamental da patologia, atribuindo ao comportamento desviante e ao estilo de vida criminal um peso muito superior, relativamente à vertente afectiva e interpessoal, que também é parte integrante da patologia. Desta forma, não se pode considerar que a psicopatia esteja representada nos critérios abrangidos pela PPAS (Wall, Wygant, & Sellbom, 2014).
A PPAS é frequentemente usada para explicar diversas formas de criminalidade e condutas desviantes, no entanto a maioria dos indivíduos diagnosticados com PPAS não são psicopatas mas a maioria dos sujeitos com Psicopatia exibem sintomas de PPAS (Hare, 1993).
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